Partido dos Trabalhadores reconheceu, em nota divulgada na noite de segunda-feira (29), a reeleição do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Especialistas avaliam que a falta de transparência nos resultados dificulta acreditar na legitimidade dos resultados. Gleisi Hoffmann
FáTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, disse ao blog nesta terça-feira (30) que considera a nota emitida pelo PT sobre o resultado das eleições na Venezuela "moderada" e "nada efusiva". Ela afirmou também que confia no trabalho do Conselho Nacional Eleitoral venezuelano.
Segundo o CNE, liderado por um aliado do presidente venezuelano, Nicolás Maduro teve 51,2% dos votos; Edmundo González, 44%. A oposição, no entanto, afirma que González venceu com 70%. Especialistas avaliam também que a falta de transparência nos resultados dificulta acreditar na legitimidade dos resultados.
A Coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Política Internacional, Segurança e Defesa da Universidade Federal de Santa Catarina, Danielle Ayres, por exemplo, afirmou à Globonews que existem alguns buracos que precisam ser esclarecidos.
"Temos uma ideia muito obscura, no acesso a todas as atas de votação, as secções, e como está sendo o processo de contagem dos votos. Não é só a oposição que está colocando em dúvida o processo, mas há uma série de países também", declarou ela.
Eleições na Venezuela: Ainda há alguns buracos para esclarecer se teve legitimidade, diz pesquisadora
A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores, por sua vez, reconheceu, em nota divulgada na noite de segunda-feira (29), a reeleição de Maduro.
"Importante que o presidente Nicolas Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais", diz a nota do PT.
A posição do PT, no entanto, diverge da medida adotada por Lula (PT) e do tom de cautela adotado pelo governo até o momento.
Perguntada pelo blog se a nota do PT não seria munição para oposição, ela respondeu: "É da vida. Não vamos nos omitir".
Ao ser questionada se não era o caso do partido aguardar a ata do resultado eleitoral, como está sendo cobrado pelo governo e por outros países, respondeu: "Não somos estados nem justiça eleitoral".
Ela também afirmou que não dialogou com lula sobre a nota. "Falei com o Partido dos Trabalhadores".